CHRISTMAS PUDDING: MAIS QUE UM DOCE DE NATAL, UMA DELÍCIA PARA O INVERNO
- Por Gianpalo Celli
- 9 de jul. de 2017
- 3 min de leitura
A pedidos e seguindo a tradição de apresentar pratos de diversas culturas, a receita de hoje é o Pudim de Natal, ou Christmas Puddind. Essa receita surgiu, segundo especialistas, no século XIV. Na época, entretanto, era um mingau feito com ingredientes desde uvas-passas, ameixas, vinho e especiarias até carne de boi, sendo consumido como entrada nas comemorações do Natal.
No século XVI, com a adição de bebidas alcoólicas e mais frutas secas à receita original ele também começou a ser chamado de Plum Pudding ou Pudim de Ameixa. Após desaparecer por quase meio século devido aos puritanos, ele retornou as mesas britânicas por ordem do Rei George no início dos 1700. Mesmo assim, sua versão atual vem de meados do século XIX.
Foi no período vitoriano também que surgiu a tradição de fazê-lo no primeiro domingo de dezembro, conhecido como Stir-up Sunday, o que dava bastante tempo para os sabores se concentrarem antes do dia de Natal. Inclusive, foi essa peculiar característica do Christmas Puddind, de poder ser guardado por quase um mês antes de ser consumido, que facilitou com que a receita se tornasse uma tradição. Outra foi o fato dele não precisar ser feito no forno, algo que muitas famílias não tinham no período vitoriano.
Segundo a tradição, inclusive, todos os membros da família devem participar da mistura de ingredientes, fazendo um pedido. Outra tradição, semelhante a do Bolo de Páscoa, é colocar uma moeda dentro do bolo, sendo que quem achava teria sorte no ano seguinte.
Como toda receita que sobreviveu por séculos, havendo passado por tempo de crise e ainda assim sendo preparada todo ano tanto por famílias ricas como por famílias pobres, não se espante de encontrar variações na mesma. Segundo estudiosos, esta é uma receita que praticamente toda família de origem britânica tradicional tem sua própria receita.
Inclusive, ela é tão famosa nas Ilhas Britânicas e nos países em de colonização britânica que ela dá nome até a uma obra de Agatha Christie, o livro A Aventura do Pudim de Natal, do detetive Hercule Poirot.
Pode parecer estranho apresentar uma receita de natal em julho, mas o Christmas Pudding é uma receita de inverno, então eu resolvi prepará-la e apresentar aqui no Sua Opção Gourmet em julho, ao invés de perto do natal, que para nós é verão.
CHRISTMAS PUDDING (PUDIM DE NATAL)
300g de Frutas Secas diversas (eu usei 50 g de Cranberries, de Cerejas em Calda, de Damascos Secos, de Maça Desidratada e de Uvas Passas Pretas e Brancas) picadas.
300 ml de Leite
150g de Ameixa Seca picada.
150g de Pão Italiano Picado
150 ml de Conhaque ou Uísque
125g de Gordura Vegetal
125g de Farinha de Trigo
125g de Açúcar Mascavo
100g de Tâmaras picadas.
100g Gengibre Cristalizado picado.
2 Ovos Grandes
zest de 1 Laranja
100g de Nozes (eu usei 50g de Nozes Pecans e de Castanha do Brasil) picadas
½ copo de Conhaque ou Uísque (opcional) para flambá-lo
PREPARO
Após picar as frutas secas, a ameixa e as tâmaras, coloque-as numa tigela e deixe-as hidratar em metade do leite e do conhaque ou uísque (exceto o conhaque ou uísque que será usado para flambar) por de quinze minutos a meia hora.
Enquanto isso, em outra tigela misture os demais ingredientes (a farinha, o açúcar mascavo, a gordura vegetal, o zest da laranja, o gengibre cristalizado os dois ovos, o pão italiano picado e as nozes) com o restante do leite e do conhaque ou uísque. Reserve até que o tempo de hidratação das frutas secas, da ameixa e da tâmara, então misture tudo.
Unte uma forma de pudim de 1,5 litros, coloque a mistura toda nela, então a cubra com uma camada dupla de papel alumínio, amarrando um pedaço de barbante ao redor do lado da forma para prender o papel alumínio, de modo que mantenha o calor e não entre água durante o processo de cozimento.
Coloque a forma em uma panela grande com água até a metade dos lados da tigela e leve ao fogo para cozinhar por aproximadamente 3 horas (Não se esqueça de verificar a água regularmente, para que a água não seque).
Quando estiver pronto, retire o papel alumínio, desenforme e sirva morno, decorando-o como quiser, ou flambando-o com conhaque.
Era comum fazer essa receita e guardá-la por semanas, até o natal. Caso você queira fazer isso, é só manter o pudim na forma em que ele foi feito ou voltá-lo a mesma, caso você a tenha desenformado, e manter tampado num local seco. Neste caso você pode aquecê-lo no vapor por umas duas horas ou desenformá-lo e aquecê-lo no micro-ondas.
Caso você decida flambá-lo, é só derramar a meio copo de conhaque ou uísque sobre o pudim e acendê-lo para o deleite de seus convidados.
Obs.: Apesar de alguns produtos serem complicados de se achar, como algumas das frutas secas, eu achei todas, assim como as nozes, a tâmara e a ameixa seca na Zona Cerealista.